Valéria Esteves


Repórter


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Ruralistas se reúnem no próximo dia 19 para o I encontro da classe do Norte de Minas. Esse movimento está mais intensificado por causa da luta contra a portaria 161 baixada pelo IEF - Instituto estadual de florestas.

Por vários meses os representantes do Sindicato e da Sociedade rural de Montes Claros vêm participado de reuniões com os secretários de estado de Meio Ambiente e da Agricultura, Antônio Augusto Anastásia e Silas Brasileiro para revogar essa deliberação normativa que na visão dos ruralistas não pode vigorar como valor, já que a lei ambiental prevê outra coisa.

Por lei, toda propriedade rural deve deixar cerca de 20% de sua área de mata nativa para preservação ambiental, mas a deliberação normativa quer aumentar em 40% essa área.

Na última semana Silas Brasileiro garantiu aos presidentes do sindicato e da sociedade, Júlio Pereira e Alexandre Vianna, respectivamente, e ao presidente da Abanorte - Associação central dos fruticultores do Norte de Minas, Dirceu Colares, que trabalharia para revogar a normativa que prejudica os ruralistas, conforme os mesmos.

No início do ano essas entidades com o apoio dos produtores rurais haviam conversado com o governador Aécio Neves sobre essa questão e ficou acertado que haveria uma reunião, com os secretários Sillas Brasileiro, da Agricultura, e a secretaria de Meio Ambiente para por fim à pendência.

RESPOSTA POSITIVA

Conforme informa Júlio Pereira, nesse momento é esperada uma resposta positiva do secretário da Agricultura quanto à revogação da deliberação, mesmo porque em algumas propriedades o produtor perde dependendo da mata nativa existente em seu terreno quase 80% de área.

- Nossa preocupação é saber onde teremos espaço para plantar e ainda encontrar um lugar para o gado pastar.

O primeiro encontro dos produtores deve reunir várias autoridades que já confirmaram presença, como o presidente da Confederação nacional de Agricultura, Ernesto Salvo, presidente da comissão de Agricultura da câmara, Ronaldo Caiado, relator do projeto 4514 em tramitação no congresso sobre as dívidas dos produtores rurais, o secretário de Agricultura de Minas, Silas Brasileiro entre outras.

REPETINDO

Não é a primeira vez neste ano que os ruralistas se empenham em resolver problemas que os afetam diretamente. Antes de baixada a polêmica normativa, os produtores brigavam pela redução - que conseguiram - do ICMS - Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços sobre a comercialização de gado com a região Nordeste. O ICMS antes fixado em 7% sobre o valor da cotação do gado teve uma redução de 30%. Essa vitória está sendo comemorada pelos produtores que acreditam que agora será mais fácil disputar esse mercado no Nordeste.

O presidente do sindicato lembra que a redução tem validade embasada na portaria 016 de 30 de junho deste ano e começa a vigorar nesta quarta-feira, seis de agosto.

Essa decisão levou algumas semanas para ser tomada, mas o Júlio Pereira diz que mesmo não tendo alcançado a meta, o resultado foi bom, já que a comercialização pôde melhorar com os compradores do Nordeste.

Por manter o título de área livre da febre aftosa a região mantém um bom contato com as praças compradoras de gado, como São Paulo, Triângulo Mineiro, Belo Horizonte e outras que consomem a carne e o leite do rebanho norte-mineiro.

Júlio acredita que essa vitória da redução veio a calhar, porque até mesmo dentro da Expomontes deste ano foi possível vender animais com o ICMS mais baixo.