Valéria Esteves
Repórter
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Arnoldo Campos, coordenador do Programa nacional de biodiesel do ministério da Integração Nacional disse durante o I Agrinvest que a proposta do governo federal é incluir o pequeno agricultor no cenário social usando para isso a linha de crédito Pronaf - Programa nacional de agricultura familiar.
A exigência é que nenhuma plantação de oleaginosas plantadas no Nordeste, Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, nesse caso, a mamona, seja plantada sem que o produtor tenha em mãos o contrato de compra do produto.
- Nossa intenção não é iludir ninguém. Precisamos planejar tudo. O Pronaf está aí para que os pequenos produtores usem dele para plantar - diz Arnoldo.
Quanto às perspectivas do biodiesel para as famílias carentes, o pesquisador da Epamig -Empresa de pesquisa agropecuária, Nivio Poubel informa que essa é uma alternativa interessante, mas que é preciso haver planejamento. Em sua visão o Pronaf é uma ótima saída para o pequeno produtor, já que o governo estima que essa seja a saída para fazer com que o mesmo plante e ao mesmo tempo esteja incluído socialmente.
Outro grande avanço foi no setor da ovinocaprinocultura. A presidente da Accomontes - Associação dos criadores de caprinos e ovinos, Maria Idalina de Almeida revelou que até a realização do I Agrinvest não havia luz no fim do túnel, mas que depois que no evento o frigorífico Margem fechou a compra de alguns lotes de animais a coisa mudou de figura.
Arnoldo Campos, do programa de biodiesel defende antes de tudo planejamento:
- Não queremos iludir ninguém
(Foto: divulgação)
POLÍTICAS
As políticas para arregimentar a economia da região são imensas segundo os governos municipal, estadual e federal, mas os pequenos produtores ainda precisam se estruturar. Há comunidade que vivem da agricultura familiar que ainda precisam de assistência. Alguns moradores ainda têm que percorrer cerca de 12 quilômetros para buscarem água para beber e para as necessidades gerais, caso vivenciado pela comunidade rural de Barrocão.
As controvérsias ainda estão presentes no contexto nutricional dos norte-mineiros. Um exemplo disso pode ser visto nas comunidades rurais do Projeto Jaíba, uma das maiores áreas produtoras de alimentos do mundo, mas que traz consigo o drama da desnutrição.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Wilson Brumer quando em visita a Montes Claros falou durante o seminário Minas no caminho do desenvolvimento que os municípios precisavam vencer sérios problemas, entre eles relacionados à educação, alimentação e enfim, estruturar o município para favorecer o desenvolvimento sustentável.
Os dados da Emater do Jaíba confirmam que ainda há crianças e adultos desnutridos e que o trabalho de recuperação de peso e de qualidade de vida está sendo feito.
HORTAS E POMARES
Com a intensificação dos cursos de alimentação e nutrição em todas as comunidades do projeto, financiados com recursos do programa Minas sem Fome, a Emater tem estimulado o plantio de hortas e pomares nas escolas e creches da região.
Essas ações, conforme o agrônomo e a economista doméstica, têm sido feitas por meio de treinamentos específicos nas escolas, com diretores, professores e cantineiras a fim de levar para os alunos uma alimentação saudável.
Durante os treinamentos os envolvidos no processo aprendem sobre higiene, valor nutricional dos alimentos, elaboração de cardápios e o processamento dos mesmos.
A Pastoral da criança, também tem, há alguns anos, levantado a bandeira contra a desnutrição no Brasil e o mais importante é que tem conseguido devolver a saúde para milhares de crianças e famílias que não têm condições de manter uma alimentação balanceada à base de nutrientes, como os encontrados na famosa multimistura à base de farelo de arroz, alguns casos, umbigo de banana, gérmen de trigo entre outros.
Nas ações de combate à subnutrição do Jaíba, foram elaboradas, através de associações e cooperativas 25 propostas de fornecimento de sementes de milho, feijão e adubo para o plantio da próxima safra, que devem beneficiar cerca de 758 famílias do Jaíba. Nestes casos foram selecionadas as famílias com menores rendas e maiores riscos de insegurança alimentar.
OPORTUNIDADES E CRESCIMENTO
O Norte de Minas também tem avançado com os resultados dos trabalhos das associações, sindicatos e cooperativas. Todos eles, de ovicapronocultura, de produção de cogumelos, produção e processamento do coco babaçu, em Januária, ou através de sindicatos rurais têm trazido oportunidades para o crescimento dos norte-mineiros. O que importa, na visão deles, é poder sobreviver, e bem, com o recurso tirado na comercialização do que produzem.
As associações dos apicultores também têm dado sua contribuição. Mesmo em fase de organização da cadeia produtiva, o que acontece com todas as entidades da região, já é possível ver apicultores destinados a viver unicamente dessa atividade que pode ser promissora daqui a um tempo, como acredita o Sebrae, ao oferecer como base de sucesso a Geor-Gestão - estratégica orientada para resultados. Método por sinal utilizado ainda pela Associação de produtores de cogumelos do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, bem como pela Associação dos ovinos e caprinos do Norte de Minas.