Valéria Esteves


Repórter


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I Agrinvest foi fechado com chave de ouro em Montes Claros. Os produtores, agro-empreendedores investidores e todo o público presente conheceram sobre assuntos diversos durante o seminário de negociações estratégicas. Quase 300 pessoas estiveram atentas à programação do evento que prometeu mobilizar de vez o agronegócio da região.

Antes mesmo de o evento chegar ao fim o setor da ovinocaprinocultura já dava mostras de que daqui pra frente o mercado nacional vai começar a consumir a carne norte-mineira. A notícia dada pela técnica do Sebrae, Wiviany Mendes, de que o frigorífico Margem, já havia acertado com os produtores da Accomontes - Associação dos caprinos e ovinos do Norte de Minas e da Caprivale de Januária, emoldurou o primeiro negócio feito com base no que propunha o evento: criar um ambiente de negócios. Vários lotes de ovinos foram comprados e já acertados outros com frete pago pelo frigorífico. O preço por quilo da carne ficou fixado nesta primeira instância em R$ 2,10 podendo chegar a R$ 2,80.

Houve ainda produtores que manifestaram o interesse pelo plantio de uvas depois da explanação do professor Luciano Manfroi, que também mostraram interesse pelo plantio de eucaliptos em consórcio com pastos.

VALORIZAÇÃO

Com novas expectativas e crescimento das exportações da carne bovina no último semestre, cerca de 1,42 bilhão de dólares, 31% a mais que o total de 1,08 bilhão dos primeiros seis meses do ano ado, Leandro Bovo, gerente istrativo do Sic -Serviço de informação da carne acredita que é preciso que o próprio pecuarista valorize mais o seu produto.

- A primeira coisa é esquecermos esse dito: carne de primeira e carne de segunda. Não existe isso, pelo contrário, isso é uma forma de desvalorizar o produto. O certo é colocar para o consumidor que existe carne da parte dianteira e traseira do boi.

Em sua fala Leandro afirmou ainda que existem muitos mitos referentes ao consumo da carne como, por exemplo, o que fala que a carne faz o homem ficar mais nervoso. Sobre os mitos ele lembra que o cardiologista e nutrólogo, Daniel Magnoni do Incor - Instituto do Coração, e membro do Sic reforça que, ao contrário do que muitos pensam, a carne não é a vilã da alimentação saudável, nem o principal carregador da gordura saturada, que faz mal ao coração.

- A carne bovina é uma fonte rica em proteína, um dos componentes principais de uma dieta balanceada. O que temos que fazer é o marketing do nosso produto, já que ele é tão consumido dentro e fora do Brasil - diz.

A intenção dos organizadores é ampliar o evento no próximo ano


(Foto: Valéria Esteves)

CACHAÇA

O mercado da cachaça também foi muito discutido. Houve até produtor que exibiu seu produto no evento. O representante da secretaria de Agricultura, Abastecimento e Pecuária, José Eduardo da Silva disse, durante sua palestra que o mercado da cachaça exige que se formem cooperativas estruturadas para manter a demanda e a qualidade da mesma. No estado de Minas Gerais já existem cooperativas, conforme relata o representante, que vendem o produto para uma empresa que compra todo o produto e a cadeia não pára, como acontece com a Nestlé e uma cooperativa que vende a matéria-prima para a mesma.

Mas os pequenos agricultores ali presentes se voltaram para as discussões sobre o biodiesel, menina dos olhos dos investidores e principalmente do governo federal. O coordenador do programa nacional do biodiesel, Arnoldo Campos informou que o projeto do governo é beneficiar o agricultor familiar com o plantio da mamona e por isso priorizou essa região a do Nordeste num primeiro momento, até porque nessas regiões se disponibiliza uma demanda muito grande de pesquisas.

Mas o governo apesar de querer inserir o agricultor no contexto social defende que todo o plantio de oleaginosas se dê a partir de contratos firmados, mesmo porque o sistema bancário só autorizará financiamentos a quem tiver em mãos esse contrato de compra do produto.

BIODIESEL

O pesquisador da Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária, Nivio Poubel mostrou planilhas que identificaram que o litro do biodiesel de mamona sairia em R$ 0,22 centavos. Sendo que o empresário que comprar o produto de um pequeno agricultor receberá estímulos do governo federal que pretende adicionar 2% em breve do biodiesel no combustível já utilizado.

A Epamig, representada na organização do evento por Marco Antônio Viana Leite, e a Universidade federal de Viçosa, representada pelo coordenador do curso de Gestão do Agronegócio, Aziz Galvão da Silva Júnior disseram que o I Agrinvest foi um sucesso graças ao interesse dos participantes e principalmente dos investidores que, no caso do frigorífico Margem, demonstrou confiança no produto da região, como aconteceu com a vitivinicultura, a produção da cachaça, da carne bovina, agrossilvicultura entre outros.

- Queríamos criar um ambiente de negócios e conseguimos, e isso pode ser comprovado nos negócios já fechados durante o I Agrinvest - comentam.

Para o próximo ano a intenção, dizem, é promover um evento ainda maior a exemplo do Agrishow, e o mais importante - continuar criando ambientes de negócios para promover o desenvolvimento do setor econômico do Norte de Minas.