Valéria Esteves
Repórter
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Encontro dos ruralistas em Montes Claros reúne dezenas de autoridades com o propósito de defender as causas da classe. Com vistas a resolver o problema das portarias 72 e 76 baixadas pela secretaria do Meio Ambiente, Montes Claros esteve discutindo com lideranças da região os rumos a serem tomados quanto à deliberação normativa que prevê que os produtores deixem mais de 20% de sua propriedade para área de preservação ambiental. Ficou decido durante o primeiro encontro que os ruralistas vão promover um abaixo assinado que será entregue ao governador Aécio Neves a fim de que ele analise e revogue a deliberação normativa.
Segundo o presidente do sindicato rural de Montes Claros, Júlio Pereira, em alguns casos, dependendo da mata existente nas propriedades a porcentagem da área pode aumentar significativamente, o que implica deixar para preservação cerca de 60 a 80%.
DENTRO DA LEI
A lei ambiental segundo a classe prevê que 20% de toda propriedade rural sejam destinados à preservação. Os ruralistas não pretendem se opor à lei conforme defende o presidente.
- Nós só queremos que essa deliberação normativa que não é lei, não interfira na economia de nossas propriedades. Ela fará com que nós tenhamos pouco espaço para o gado pastar e para plantarmos.
Ele relatou ainda que o primeiro encontro dos ruralistas superou as expectativas e que várias autoridades que lutam pelos ruralistas estiveram presentes, como prefeitos de vários municípios do Norte de Minas, além do presidente da Confederação nacional de Agricultura, Antônio Ernesto de Salvo, deputado federal Ronaldo Caiado, presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária da câmara dos deputados e do deputado federal, Nélio Dias, relator do projeto de lei 4514.
SEGUNDA NORMATIVA
A Faemg - Federação da Agricultura do estado de Minas Gerais é quem representa os ruralistas junto ao governo e que tem auxiliado os produtores a reivindicar os seus direitos. Durante o encontro ficou decidido que a proposta encaminhada ao governador Aécio Neves levaria a sugestão de instituir uma segunda normativa que anularia a primeira, já existente.
Os representantes da classe em Moc, Sociedade rural e Sindicato rural afirmam que com a vigência da normativa a economia da agropecuária norte mineira fica totalmente desestabilizada, com propriedades anti-econômicas.
- Mas o que nos resta é esperar agora a decisão do governo.
Conforme dados da assessoria de imprensa da Sociedade e Sindicato, os presidentes Alexandre Vianna e Júlio Pereira reafirmam que o momento é de fundamental importância para a classe ruralista da região. Isto porque, além da renegociação das dívidas dos produtores rurais ser primordial para que os agricultores voltem a contar com novas linhas de financiamentos para o incremento da produção agrícola em suas propriedades, a questão da reserva legal é outro fator preocupante.
- Se nenhum dos dois projetos forem colocados em prática, conseqüentemente, a região terá grandes prejuízos tanto no que se refere à captação de novos investimentos, bem como à redução do número de trabalhadores no campo - revelam.